quinta-feira, 7 de agosto de 2008

História da Francesinha Poveira

A introdução da francesinha na Póvoa está ligada à casa Guarda-sol, estabelecimento emblemático da cidade, que teve a sua origem nos anos 20, a partir de uma ideia do Sr. Moreira de construir um grande guarda-sol na praia para funcionar como esplanada. Da construção inicial, amovível e de cobertura de pano, ao longo do tempo passou-se a uma construção mais sólida, evocando sempre a forma que lhe dou o nome – o guarda-sol.Em 1962, a gerência do estabelecimento pretendia dinamiza-lo, apostar em novos produtos, pelo que procurou recrutar um funcionário que estivesse ao corrente das últimas novidades. Não é surpreendente que o tenha feito em Lisboa. Na sequência dessas diligências, em Julho de 1962 contratou o Sr. António Pires Nunes Carriço, então a trabalhar em Cascais, na primeira casa Self-service do país, como especialista de snack, a troco de um apetitoso ordenado.O Sr. António Carriço, natural do concelho do Fundão, aos 12 anos tinha ido para Lisboa e, aos 20, viajou até à Póvoa, tendo justificado plenamente a aposta que o Sr. Alberto Moreira fez, pois para além de conhecedor do mester, revelou-se uma pessoa empreendedora, de tal forma que o convite inicial de 3 meses foi-se prolongando e o Sr. Carriço manteve-se na Póvoa até 1969.Conforme conta o Sr. Carriço, quando cá chegou desconhecia o que eram as “francesinhas”, mas a forma sugestiva como ouvia falar delas fê-lo indagar sobre o assunto. Assim, certo dia, praticamente no início da sua estada, foi ao Porto com o Sr. Alberto Moreira, um dos gerentes do Guarda-sol, numa acção de “espionagem”. Foram a duas casas comer o petisco com a preocupação de avaliar os seus componentes. As francesinhas no Porto, nessa altura, eram apresentadas em pão bijou, cobertas com queijo e molho. Quando chegou a casa foi experimentando a confecção do molho até obter um resultado satisfatório. Quanto ao pão a usar, teve a iniciativa de pedir ao padeiro que fornecia o estabelecimento um pão em forma de cacete, macio e suculento. Esse pão passou a ser conhecido por “pão de francesinha”. O recheio da francesinha era composto por fiambre, queijo, linguiça, manteiga e mostarda. O pão era barrado por cima com o molho “de francesinha” e ia à infra, ficando com um aspecto dourado. Era comida à mão, inicialmente embrulhada em guardanapo de pano, só nos anos 70 é que se passou a usar o guardanapo de papel.

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